Quando eu tinha uns 12, 13 anos, meu pai comprou um VW Santana Quantum. Ela era uma espécie de Corolla da época: espaçosa, vidro automático, ar-condicionado e muito potente. Era o típico carro família.

A partir de então, grande parte das viagens de férias em família foram realizados naquele “banheirão”.

Para você ter uma ideia, de Rondônia – onde moro atualmente – para São Paulo (onde meus tios moram) são mais de 3,7 mil Km de estrada!

Ilha Bela, Cuiabá, Fortaleza, Florianópolis, Guarapuava…foram apenas algumas das cidades onde curtimos bastante nossas férias.

E só quem viajou de carro com pai, mãe e irmãos (no meu caso, um irmão e uma irmã), sabe quanta história a gente acumula depois de algumas semanas rodando na estrada.

Mesmo depois de tantos anos, ainda me recordo de alguma situação ao ouvir certo tipo de música, um cheiro peculiar, um sabor ou quando lancho um pão francês com requeijão.

Sem dúvidas, as minhas viagens de infância e adolescência foram umas das melhores lembranças que pude viver em família.

Enfim, são experiências inesquecíveis que guardarei para o resto da minha vida.

Compartilhei essa lembrança porque falarei sobre como a ciência explica por que você deve gastar seu dinheiro mais em experiências do que em coisas.

Tópicos abordados:

  • A relação entre dinheiro e felicidade.

  • Como suas experiências afetam a sua identidade.

  • 16 Sugestões de experiências que podem fazê-lo mais feliz.
  • Por que suas histórias podem mais interessantes do que você imagina.

  • Incrível revelação de um estudo realizado na Escola Harvard de Saúde Pública.

A maioria das pessoas está em busca da felicidade


Se você digitar no Google o termo “frases de felicidade”, encontrará uma tonelada de frases como estas:

Sucesso para um blogueiro por exemplo é conseguir backlinks de qualidade. Felicidade é gostar do que você conseguiu (Dale Carnegie).

A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família (Leon Tolstoi)

Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente (Érico Veríssimo).

Afinal, quem é que não quer ser feliz ora bolas?

A descoberta que me fez compartilhar essas coisas foi o resultado de uma pesquisa realizada pelo Dr. Thomas Gilovich.

Esse professor de psicologia na Universidade de Cornell defende uma tese muito interessante:

Nós compramos coisas que nos façam felizes e nos tornem bem sucedidos. Mas só por um tempo. Novas coisas são excitantes para nós apenas no começo, mas depois nos adaptamos a elas.

Bom, esse cara estuda a relação entre dinheiro e felicidade há mais de duas décadas, logo, temos que dar algum crédito a ele.

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Mesmo desconsiderando esse estudo, a maioria de nós chegará – se já não chegou – à esta conclusão:

“Não há TV 4K ou iPhone novo que nos dê mais alegria do que um final de semana com a pessoa que amamos ou, até mesmo, uma tradicional churrascada de domingo na casa da vovó”.

Lembra daquela velha pergunta filosófica: “O dinheiro traz felicidade?”.

De acordo com as pesquisas mais atualizadas, até que o “tutu” nos deixa mais satisfeitos.

Mas depois que comida e moradia estão garantidos, chega um ponto que o dinheiro não faz lá tanta diferença.

Descubra comigo as demais conclusões sobre o impacto que temos ao usar osso dinheiro nas coisas que realmente nos fazem felizes.

Por que a felicidade não dura tanto quanto seu carro novo?


O dr. Gilovich descobriu que a lógica de que se um objeto físico dura mais tempo ele nos fará mais felizes do que uma rápida viagem de férias está equivocada.

Aliás, a felicidade de consumo de dissipa tão rápido quanto o voo de uma galinha, durando apenas alguns minutos.

Convenhamos que um carro novo não é tão emocionante de dirigir após a centésima vez.

Ou seja: seremos mais felizes se gastarmos nosso dinheiro em experiências que façam a vida valer a pena.

Imagine que, depois de comprar um sonho de consumo, você diga para si mesmo: “Uau, custou uma nota, mas esse produto valeu cada centavo!”.

Você acha que depois de um ano você se lembrará dos detalhes daquele compra, da alegria que teve ao comprar? Provavelmente, não.

As experiências, ao contrário, aumentam conforme os dias passam, porque elas brincam em nossas memórias como crianças agitadas.

Nas palavra do Dr. Gilovich:

Nossas experiências são uma parte maior de nós mesmos do que os nossos bens materiais. Você pode realmente gostar das suas coisas. Você pode até pensar que parte de sua identidade está ligada a essas coisas, mas mesmo assim elas permanecem separadas de você. Por outro lado, suas experiências realmente fazem parte de você. Nós somos a soma total de nossas experiências.

Que tal encarar novas experiências?

Se eu fosse você anotava logo estas 16 sugestões em seu caderno ou nos lembretes do seu smartphone, de algumas experiências para curtir a vida:

  1. Ir à uma exposição de arte.

  2. Acampar em uma floresta.

  3. Fazer exercícios ao ar livre.

  4. Ir ao cinema ou assistir a sua séria preferida no Netlfix.

  5. Aprender uma nova habilidade: aprenda a tocar violão, a fazer algum artesanato, aprenda a dançar etc.

  6. Assista ao sol nascer (ou se pôr).

  7. Escale uma montanha (ou duas, três).

  8. Vá pegar uma onda.

  9. Divirta crianças em um hospital.

  10. Faça uma viagem de trem, de carro, de balão…não importa, viaje mais!

  11. Aprenda a fazer pão.

  12. Desafie-se: faça um discurso em seu trabalho ou na faculdade.

  13. “Zere” um jogo difícil, tipo Super Ghouls’n Ghosts do SNES.

  14. Faça um jejum.

  15. Assista a final do seu time favorito.

  16. Coma um prato exótico.

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[Conto com a sua ajuda para sugerir novas ideias e aumentar essa lista ainda mais!]

Suas histórias podem ser muito interessantes


Segundo o site Psychology Today, conectar com as pessoas é uma forma comprovada de obter dois benefícios:

  • Viver mais tempo.
  • Ter níveis mais baixos de ansiedade e depressão.

É incrível como histórias comuns têm o poder de encurtar distâncias e, em muitas situações, “quebrar o gelo”.

Um coisa é você tentar se entrosar com alguém da turma dizendo:

Que coincidência, compramos esta calça jeans na mesma loja X. Que bom gosto…

Outra bem diferente é sair com essa:

Então, você também nasceu em Barbacena?”.

Outra conclusão interessante é que mesmo se alguém não estava com você quando você teve uma experiência particular, você estará mais propenso a se conectar socialmente a alguém que também tirou férias, por exemplo, na Argentina.

Ou alguém que correu a mesma maratona que você, do que alguém que também acabou de comprar um Ultrabook ou outro gadget.

Consumimos experiências diretamente com outras pessoas e, no final, compartilhar nossas histórias geram novos “links” e ainda nos fazem curtir ainda mais the experience.

Pare de olhar para a grama do seu vizinho!


Infelizmente, a maioria das pessoas enxergam a vida como se ela fosse um concurso permanente, onde temos a obrigação de sempre estarmos à frente, não importando o sacrifício pessoal.

Recordo agora de uma das maiores lições que aprendi em minha vida, principalmente quando descobri a famosa “corrida dos ratos” de Robert Kiyosaki.

Em alguns momentos você deve “ficar atrás” em termos de status e convenções sociais para ter melhores condições de poupar o dinheiro necessário para investir em sua liberdade financeira.

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Porém, um estudo realizado pelos pesquisadores Sara J. Solnick e David Hemenway, chamado “Uma pesquisa sobre as preocupações posicionais”, demonstra que as pessoas se preocupam demais com a sua posição relativa na sociedade:

Ainda mais impressionante, além de um certo limiar de riqueza as pessoas aparecem para redefinir a felicidade, os estudos sugerem, com foco em sua posição relativa na sociedade, em vez do seu estatuto material.

Nada define esta mudança melhor do que uma pesquisa de 1998 de 257 alunos, professores e funcionários da Escola Harvard de Saúde Pública.

No estudo, os pesquisadores, Sara J. Solnick e David Hemenway, deram aos voluntários uma escolha de ganhar US $ 50.000 por ano em um mundo onde o salário médio foi de US $ 25.000 ou US $ 100.000 por ano, onde a média foi de US $ 200.000.

Cerca de 50 por cento dos participantes, os pesquisadores descobriram, escolheu a primeira opção, preferindo ser metade tão próspera, mas mais ricos do que seus vizinhos (The New York Times).

Portanto, pare de torrar seu dinheiro em coisas supérfluas, em compras por impulso, ou apenas para viver uma competição infantil do tipo “quem pode mais”, com seus vizinhos ou colegas.

Quer prosperar devagar, mas com segurança?

Viva sempre abaixo dos seus meios e poupe seu dinheiro para desfrutar de experiências que realmente importam para você (seus valores).

Além disso, seja um investidor melhor, compreendendo os riscos de um investimento, a função da renda fixa e como diminuir seus custos através dos Fundos de Índice (ETF).

Pois como vimos, o efeito das coisas é passageiro.

Valorize mais suas habilidades, suas vitórias pessoais, os lugares que você visitou e lembre-se como eles marcaram a sua vida.

Espero que você tenha gostado deste artigo!

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Pergunta para o leitor: “Qual experiência marcou a sua vida? Você tem gastado nas coisas que realmente o fazem feliz?“.

Um abração e até o próximo artigo!

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